Acabei de assistir Fruitvale Station.
Eu definitivamente não sei o que dizer.
Assistir essa cena que sempre foi nossa realidade e que nos últimos anos está cada vez mais escancarada, ali, na pequena tela do meu computador, retratada de uma maneira tão suave e bonita.
E triste.
Realidade que gostaríamos nunca precisar contar. Realidade que deveria ser apenas ficção.
O filme é de 2013, do diretor e roteirista Ryan Coogler, também conhecido por dirigir e escrever "Black Panther".
Oscar Grant, um jovem de 22 anos que vivia na Califórnia, tem seu último dia de vida retratado neste filme. É mais uma vitima do sistema que deveria proteger sua população e que a cada dia mais, mata negros e pobres por nada. Sem motivos, sem explicações.
Podemos acompanhar a realidade de Oscar por um dia. Realidade de muitos jovens mais carentes na luta para manter a família e se estabelecer na sociedade.
Durante o filme todo vemos um jovem doce, carinhoso, preocupado com a família e em ajudar o próximo. Podemos perceber que sobrava amor naquele coração e vontade de fazer a diferença na vida.
Oscar perde o emprego e se vê num beco sem saída para conseguir dinheiro para as contas. Ele que já tinha envolvimento com drogas e mesmo nessa situação, decide parar com o tráfico e procurar um emprego dentro da lei.
Mas, o jovem não teve tempo. Após a comemoração de ano novo, na volta pra casa, ele se envolve em uma confusão dentro do metrô com um ex presidiário - branco. A polícia é acionada e quando o metrô para e as portas se abrem.. adivinha? O grupo de amigos negros é colocado pra fora. O outro jovem que iniciou a briga continuou dentro do vagão e ninguém o apontou como parte integrante da briga.
Oscar e os amigos tentam dizer aos policiais que não fizeram nada e quando Oscar levanta para tentar conversar, dois policiais logo o jogam no chão e o imobilizam.
E sem motivo algum, um dos policiais dispara contra o peito de Oscar.
Ele disse que confundiu a arma de fogo com a arma de choque.
Cruel, à queima roupa.
Oscar foi levado ao hospital ainda com vida, mas, faleceu na manhã do dia 1 de 2009.
Existem vídeos na internet do dia do homicídio. Não, não foi um acidente.
Não colocarei aqui pois o conteúdo é muito pesado. Mas, assistindo o vídeo original conseguimos ver a semelhança com o filme. É tudo muito real.
Acredito que quando falamos de histórias reais, não existe melhor ou pior roteiro, melhor ou pior direção. Essa já foi a triste história da vida. Cabe a nós escolher a melhor película para que essas e outras histórias não sejam esquecidas.
Oscar deixa uma filha, uma família e um grito desesperado de uma nação, que clama por socorro e igualdade social. Uma sociedade que grita por paz, por amor e por empatia.
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